No
Brasil, cerca de 25 milhões de pessoas possuem algum tipo
deficiência. Ou seja, para 15% da população o direito de ir e vir,
entre outros, não está sendo cumprido. E não é preciso caminhar
muito pelas ruas de nossas cidades para observarmos
o quanto estamos distante dos ideais de inclusão social, entende-se
inclusão como adequação da sociedade à pessoa, e não o
contrário.
Diante
da falta de políticas públicas eficientes, iniciativas comunitárias
têm se tornado as principais responsáveis pelo atendimento às
pessoas com deficiência, empreendendo soluções ousadas,
inovadoras e de efetividade. Nesse contexto, situa-se o Centro de
Reabilitação e Valorização da Criança - CERVAC, uma iniciativa
essencialmente comunitária com atuação compreensiva e eficiente
junto às pessoas com deficiências. Uma história que vem se
construindo a partir da atitude decisiva de várias pessoas e de
engajamento delas na luta por um mundo onde as diferenças sejam
respeitadas e acolhidas.
Há
28 anos,
o CERVAC começou a dar seus primeiros passos, a partir do nascimento
de Gisele Carla, uma criança com síndrome de down e da iniciativa
de três jovens da Comunidade do Morro da Conceição, em Recife-PE.
Com o objetivo de conhecer melhor a população do
bairro e descobrir possíveis casos de deficiências, eles
organizaram e realizaram uma pesquisa, na qual detectaram 64 casos de
crianças com algum tipo de deficiência física e/ou mental. O
diagnóstico geral foi apresentado às famílias visitadas, a
representantes de instituições e a grupos organizados da
comunidade.
O
desafio estava colocado e no final ficou acordado que aquela saudável
convivência, experimentada
durante uma semana, não poderia findar ali. Ao contrário, deveria
sim se transformar num cuidado solidário para com muita gente,
sobretudo as crianças, adolescentes, jovens e suas famílias.
Em 27 de junho de 1988, inaugura-se á instituição que, num criativo e democrático processo eleitoral, ganhou o nome de Centro de Reabilitação e Valorização da Criança - CERVAC. A ideia era criar os caminhos possíveis e necessários ao desenvolvimento integral de pessoas com deficiências, oferecendo serviços de reabilitação e prevenção, onde as famílias e a comunidade fossem, também estimuladas a acreditar e participar do processo de reabilitação e inclusão social.
Aos
poucos o CERVAC foi crescendo, se estruturando, se equipando e se
capacitando, interessando a mais gente de lugares mais distantes,
crianças e famílias necessitadas de cuidados e serviços, principalmente
do carinho, das oportunidades ali disponíveis. Atualmente o CERVAC
possui sede própria e uma equipe multidisciplinar formada por
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogas, psicólogas,
assistentes sociais, pedagogas, professoras, músicos, artes-educadoras e
educadoras comunitárias, além de pessoas que cuidam da parte
administrativa e manutenção da estrutura física.
Em
2016, o total de pessoas assistidas já chega a 300, vinda de diversos
bairros do Recife, de outros Municípios da Região Metropolitana e
interior do Estado, somando 10 mil atendimentos mensais.
MISSÃO
"Servir ao pleno desenvolvimento das pessoas com deficiência, participando da efetivação e construção de políticas públicas, que lhes garantam melhor qualidade
de Vida e inclusão social, em sintonia com as famílias, comunidades e o mundo".
de Vida e inclusão social, em sintonia com as famílias, comunidades e o mundo".