Limitação sem espaço na Percussão.
Doença enfrentada pelo jovem,
desconhecida pela medicina,
o impede de se locomover.
Wagner Ramos/Folha de Pernambuco
Na parede
de cor branca na entrada principal, uma frase estampada soa como esperança:
“Aqui é o lugar onde o que iria acontecer de qualquer maneira, acontece”.
Quem
passa todos os dias em frente à casa de número 211, de fachada discreta e
simples, à primeira vista, localizada na rua Morro da Conceição, na Zona Norte
do Recife, não sabe quantas histórias cabem ali dentro. É neste lugar que
Emanoel passa as tardes de terças e quintas-feiras.
A doença
enfrentada pelo jovem, desconhecida pela medicina, o impede de se locomover.
Mas Emanoel não vê no problema um obstáculo. É na batida da percussão que o
rapaz, de cabelos pretos e cacheados, mostra a sua música desde os 14 anos. Ele
é integrante da Banda Força Especial, do Centro de Reabilitação e Valorização
da Criança (Cervac). “Ao tocar aqui, sinto-me realizado, feliz, dando exemplo
de vida para outras pessoas”, conta Emanoel.
Assim que
a reportagem chegou à quadra do centro, local de ensaios, foi recebida pela
música “Sabiá”, de Luiz Gonzaga. No ambiente, logo tomado pela alegria e
animação que transmitiam os cerca de 20 integrantes da banda, todos
deficientes, foram chegando mães que acompanhavam seus filhos em mais um dia de
tratamento. “O fato de a banda ser composta por deficientes, não quer dizer que
não produzimos um som de qualidade. Tocamos com muito amor no coração”,
salienta Emanoel, dono de um olhar cheio de sinceridade. O jovem encontrou na
música a maneira de afastar o preconceito e levantar a autoestima.
Matéria publicada em 14/04/2013 às 10:27 por Pedro Henrique Cunha, da folha de Pernambuco
http://www.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/cotidiano/noticias/arqs/2013/04/0180.html