segunda-feira, 15 de abril de 2013

Limitação sem espaço na Percussão


Limitação sem espaço na Percussão.
Doença enfrentada pelo jovem, desconhecida pela medicina, 
o impede de se locomover.


Wagner Ramos/Folha de Pernambuco 
 
Emanoel: "Sinto-me realizado, feliz, dando exemplo de vida para outras pessoas"




Na parede de cor branca na entrada principal, uma frase estampada soa como esperança: “Aqui é o lugar onde o que iria acontecer de qualquer maneira, acontece”.
Quem passa todos os dias em frente à casa de número 211, de fachada discreta e simples, à primeira vista, localizada na rua Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, não sabe quantas histórias cabem ali dentro. É neste lugar que Emanoel passa as tardes de terças e quintas-feiras.
A doença enfrentada pelo jovem, desconhecida pela medicina, o impede de se locomover. Mas Emanoel não vê no problema um obstáculo. É na batida da percussão que o rapaz, de cabelos pretos e cacheados, mostra a sua música desde os 14 anos. Ele é integrante da Banda Força Especial, do Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (Cervac). “Ao tocar aqui, sinto-me realizado, feliz, dando exemplo de vida para outras pessoas”, conta Emanoel.
Assim que a reportagem chegou à quadra do centro, local de ensaios, foi recebida pela música “Sabiá”, de Luiz Gonzaga. No ambiente, logo tomado pela alegria e animação que transmitiam os cerca de 20 integrantes da banda, todos deficientes, foram chegando mães que acompanhavam seus filhos em mais um dia de tratamento. “O fato de a banda ser composta por deficientes, não quer dizer que não produzimos um som de qualidade. Tocamos com muito amor no coração”, salienta Emanoel, dono de um olhar cheio de sinceridade. O jovem encontrou na música a maneira de afastar o preconceito e levantar a autoestima.
  

Matéria publicada em 14/04/2013 às 10:27  por  Pedro Henrique Cunha, da folha de Pernambuco 
http://www.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/cotidiano/noticias/arqs/2013/04/0180.html